De onde surgiram as novelas? Por que hipnotizam? Você já pensou nisso?
Quem nunca ouviu falar da Xerazade, a bela jovem das 1001 noites que, com sua prodigiosa imaginação, criava histórias para conta-las ao rei e em seguida interrompê-las nos momentos de maior expectativa? Pela curiosidade de saber o final da história, o rei adiava sua cruel intenção de tirar-lhe a vida, até render-se definitivamente aos encantos da bela jovem.
Seria essa a origem das novelas? A imaginação de Xerazade salvou-a nessa lenda árabe, mas nem sempre a imaginação nos faz bem, principalmente quando ela é usada em excesso ou fora da realidade.
RAUMSOL, criador da Logosofia, publicou em seu livro Exegese Logosófica, pág. 41: “A imaginação é criadora somente quando não se afasta da realidade.”
Imaginar-se indo para muitos lugares sem mover um passo, entregar-se ao enredo de uma novela esquecendo-se de si mesmo, deixar ao acaso coisas importantes para ficar inerte em um sofá por horas a fio, mostram o risco da imaginação sem controle e a força dos pensamentos que interferem nela.
Isso não acontece apenas com as novelas. Hoje, grande parte da humanidade passa a vida absorta deslizando os dedos na tela do celular, alimentando a curiosidade instintiva de ver o que se passa na vida alheia, rindo das mesmas tolices postadas repetidas vezes, ocupando o tempo que sobra e até o que falta nessas coisas, desviando a atenção da própria vida, da vida familiar, do trabalho e de toda outra realidade a sua volta.
Caro leitor, saiba que temos uma tela mental muito mais eficiente e que, quando usada com acerto, pode ser muito útil para criar coisas maravilhosas. Essa tela, como nos ensina a Logosofia, é a imaginação. No entanto, o drama da humanidade é entregar-se indefesa ao vício do uso do celular. Caso queira saber se é o não viciado, basta abster-se por alguns dias e observar os efeitos.
Quando viajei para um hotel de águas termais, cheio de piscinas naturais, me propus a ficar sem celular por uma semana e consegui, sem sofrimento. Deixo aqui o desafio ao leitor de fazer o mesmo.